Em um dia
ensolaradamente irradiante, o carro transladava a rodovia sob a direção do
motorista em velocidades que, flexivelmente, se adaptavam aos trechos
percorridos.
Quando atacava as
curvas,
ora à esquerda, ora à
direita,
a borracha dos pneus
contra o asfalto revelava toda a sonoridade forjada pelo atrito.
E, assim, a paisagem,
vista pelo retrovisor, ficava para trás,
assim como outros
carros, motos, caminhões, caminhonetes,
passageiros e
motociclistas.
E as nuvens – daquele
céu de que outrora nos falaram.
Sendo o carro
conversível, conforme avançava estrada adiante, o vento que lambia o automóvel
na direção oposta deixava os passageiros com os cabelos esvoaçantemente
bagunçados.
E, assim, com aquela
sensação gostosa de estar solto no mundo,
sem limites,
sem destino,
sem pressa,
sem hora p’ra chegar,
sem hora p’ra voltar,
sem vacilar, o carro seguia
adiante.
Do lado do motorista,
sempre atenta, e com a atenção redobrada nos momentos oportunos, a acompanhante
não deixava de notar e compartilhar algumas impressões em relação aos
diferentes trechos de viagem:
ora comentava um
detalhe da paisagem,
ora demonstrava
surpresa quanto à tonalidade de cores,
ora notava a presença
em força verdejante da natureza,
ora notava o ambiente
inóspito, indômito,
– e chegava a lembrar
daquele momento em que o abismo se [delineou –
ora olhava para os
lados
e olhava para frente.
E, lá, na frente, uma
ladeira.
E, quando estamos em
uma ladeira,
o motor deve estar
preparado para transpor tranquilamente o percurso.
Por outro lado, a
sincronia entre a pisada na embreagem,
– ao mesmo tempo em
que se tira o pé do acelerador –
seguido do encaixe
preciso da marcha,
seguida da sutiliza da
liberação da embreagem,
seguida de nova
pisada no acelerador
– paulatinamente
acentuada –
que joga o carro p’ra
frente,
p’ra fazê-lo seguir
adiante
– e não morrer –
é uma arte que se
aprende com o tempo.
– E não deixa de ser uma arte saber manter a distância entre outros veículos, pedestres e animais.
Para evitar a colisão.
Entretanto, o certo
mesmo é que, em um dado momento em um futuro
longínquo,
imponderável,
contingente,
abrupto,
arrematador
– o ponto final, a
ruptura por excelência –
: a gasolina acabará.
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